Palimpsestos e remanescentes vegetais
na Bacia do Ribeirão das Pedras e entorno
na Bacia do Ribeirão das Pedras e entorno
(clica na imagem para ver mapa interativo)
As matas e os palimpsestos arquitetônicos das fazendas encontrados na Bacia do Ribeirão das Pedras são heranças que resistiram ao crescimento de Barão Geraldo e de Campinas durante a fase áurea do café no Brasil. Uma lista detalhada sobre cada um dos 8 palimpsestos pode ser encontrada em Dagnino (2007).
Merecem destaque tanto as áreas preservadas como os casos de preservação que estão sendo estudados pelo Conselho de Defesa do Patrimônio Cultural de Campinas (CONDEPACC)[1]. Pela ordem da legenda do mapa final esses palimpsestos e remanescentes vegetais são:
I - Mata Santa Genebra – Com área de 2,5 km2, a maior remanescente de mata atlântica de Barão Geraldo começou a ser tombada em 1983 pelo Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico do Estado de São Paulo (CONDEPHATT), e depois foi tombada pelo CONDEPACC em 19 de novembro de 1992. A mata fica no topo de uma colina sendo que a maior parte da sua área tem as águas drenadas para o Ribeirão Quilombo, apenas a água que cai na parte leste da mata é que escoa em direção ao Ribeirão das Pedras.
II - Mata Sta. Genebra (Fragmento C) e III - Mata Sta. Genebra (Fragmento D) – Ambos fragmentos foram tombados em 12 de maio de 2004 e somam mais 165 hectares aos 252 hectares originais da Mata Sta. Genebra, o que representa um aumento de 65% de área protegida. Segundo levantamentos de Coelho et al (2006a, 2006b), a maior parte dessa área é composta de solos frágeis e vulneráveis que estão associados à presença de matas ciliares ou de brejo. Localizam-se bem próximos à porção sul da Mata Santa Genebra (I), envolvendo as nascentes do Rib. Quilombo e formando um escudo que protege o fragmento maior da Mata Sta. Genebra da ação dos moradores do Jardim São Marcos, nas proximidades do CEASA (61) e da Rod. D. Pedro I (110).
IV - Mata do Recanto Yara - Com aproximadamente 1,5 hectares compostas de mata de brejo e uma das áreas de baixada onde, antes da Rodovia Milton de Souza (Campinas-Paulínia) nascia um afluente do Ribeirão das Pedras e do Ribeirão Quilombo, esta área conhecida como “águas emendadas” foi tombada em 2 de outubro de 1996.
V - Mata da Faz. Rio das Pedras - No tombamento de 19 de novembro de 2003 foram preservadas as matas e as lagoas bem como o conjunto arquitetônico, incluindo a sede e a casa dos colonos.
VI - Mata Sta. Genebrinha - Localizado dentro da área da antiga Faz. Sta. Genebra e com formação arbórea semelhante ao da Mata tombada pelo CONDEPACC em 1992, este remanescente ainda não foi tombado, embora exista uma proposta de estudo para tombamento desta área pelo órgão de proteção patrimonial iniciada em 25 de setembro de 2003. Todavia, o armazém da fazenda Sta. Genebra, localizado há alguns metros de distância dali, foi tombado em 4 de novembro de 2001.
VII - Mata Sta. Cecília - Também conhecida como Mata do Boi Falô, esta mata localizada ao lado do Parque Dom Pedro Shopping e às margens da Rod. D. Pedro I, ainda não foi tombada. Ela possui dimensões retangulares que evidencia que aquilo é um fragmento de vegetação que “sobrou” de um processo de devastação
VIII - Mata Faz. Argentina - Com processo de estudo de tombamento também iniciado em 25 de setembro de 2003, esta Mata de topo de morro, que não deve ser confundida com outra remanescente desta fazenda que fica em área brejosa ou paludosa, localiza-se ao lado da PUC-Campinas e está no limite da bacia do Ribeirão das Pedras com o Ribeirão das Anhumas.
[1] Mais sobre os tombamentos ocorridos entre 1992 e 2003, consultar: www.campinas.sp.gov.br/portal_2003_sites/conheca_campinas/cc_atracoes_culturais_patrimonio.htm. A informação sobre o tombamento recente, das duas áreas próximas à Mata, foi retirada de http://www.santagenebra.org.br/default.asp?id=1&ACT=5&content=7&mnu=1. Sobre o processo de estudo para novos tombamentos, iniciado em dia 25 de setembro de 2003, ver http://www.campinas.sp.gov.br/bibjuri/comunsn-19122003.htm. Sobre as características fisionômicas desses fragmentos, ver Santin (1999) e Torres et al (2006a).
Referências:
DAGNINO, Ricardo de Sampaio. Riscos ambientais na bacia hidrográfica do Ribeirão das Pedras, Campinas/São Paulo. Dissertação (mestrado) - Universidade Estadual de Campinas, Instituto de Geociências. Orientador: Francisco Sérgio Bernardes Ladeira. Co-Orientador: Salvador Carpi Junior. Campinas, SP : [127p.+Anexos], 2007. http://ribeiraodaspedras.blogspot.com.br/2007/12/dissertao-de-mestrado.html
SANTIN, Dionete. A vegetação Remanescente do município de Campinas (SP): mapeamento, caracterização fisionômica e florística, visando a conservação. Tese de Doutorado, Universidade Estadual de Campinas. 1999. 467 p.
TORRES, Roseli; BERNACCI, Luis; DECHOUM, Michele; CONFORTI, Thiago; ESPELETA, Analice; LORANDI, Ana; FERREIRA, Ivan; OLIVEIRA, Ariane. A vegetação nativa remanescente na bacia do ribeirão das Anhumas. 2006a. Disponível em: http://200.136.175.250/ProjetoAnhumas/pdf/vegetacao_nativa_bacia_ribeira_anhumas.pdf. In: TORRES, Roseli; COSTA, Maria Conceição; NOGUEIRA, Francisco; PEREZ Fº., Archimedes. (coord.). Recuperação ambiental, participação e poder público: uma experiência em Campinas. Relatório Final de Pesquisa. Campinas, 2006b. 390 p. Disponível em http://www.iac.sp.gov.br/ProjetoAnhumas/relatorio.htm.
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